Tino Navarro & David Rebordão

Tino Navarro e David Rebordão

Juntaram-se e nasceu “RPG”! Um marco no cinema português e nas suas carreiras. O que será que têm a dizer sobre o filme?

Em entrevista com Tino Navarro e David Rebordão sobre “RPG”, a sua mais recente aposta, Tino Navarro começou por nos explicar a génese do projecto: – “Eu vi uma curta-metragem do David Rebordão, achei que era muito interessante, que ele tinha talento, telefonei-lhe, conheci-o, simpatizei com ele, perguntei-lhe se ele tinha um projecto e ele disse que tinha um chamado RPG e deu-me um argumento a ler. Eu li, achei interessante e disse: – “OK, vamos fazer isto juntos.””. David Rebordão ficou “felicíssimo” e “foi assim que aconteceu”.

O guião foi trabalhado, alterado, rescrito e o produto final é o que os portugueses tiveram a oportunidade de ver na ante-estreia do filme, a 21 de Agosto no Cinema São Jorge, em Lisboa, ou podem ver a partir de 29 de Agosto, nas salas de cinema por todo o país.

“RPG” prima por ser uma novidade no panorama do cinema nacional: trata-se de ficção científica portuguesa, de um filme totalmente gravado em Portugal, cuja acção se passa no futuro e que conjuga harmoniosamente participações nacionais e estrangeiras.

Tino Navarro, fotografia de Luis Ferreira

Os principais desafios com que se depararam foram, em primeiro lugar, o de “conseguir fazer o filme” (risos) , mas também “traduzir bem o que estava no guião final para imagem” e que, concluída a realização de “RPG”, os próprios ficassem satisfeitos. Missão cumprida, pois Tino Navarro e David Rebordão dizem-se “muito satisfeitos com o resultado final”. Agora, esperam partilhar a sua satisfação com os portugueses, mas não têm expectativas sobre como é que a audiência vai receber “RPG”, tendo em conta que, segundo Tino Navarro, “não há receitas para fazer sucessos ou insucessos.”.

Para além disso, Tino Navarro e David Rebordão são da opinião que o cinema português não deve apostar em produtos mais comerciais, pois David crê que “a liberdade criativa e artística de cada um é com cada um” e Tino considera que “a riqueza do cinema é o facto de existem propostas diferentes, de pessoas diferentes”.

Ainda assim, manifestaram a sua preocupação em relação ao papel do Estado no que diz respeito ao cinema português e sobre o facto dos portugueses não se deslocarem às salas de cinema para ver produções nacionais.

David Rebordão, fotografia de Luis Ferreira

Ambos realçaram também a importância de existir uma relação entre o cinema em Portugal e a nação, pois “um filme é um produto muito caro e só é possível produzir filmes se o público criar empatia com estes”. Tino Navarro acrescenta: – “Os portugueses deviam gostar mais do nosso cinema e quem faz o cinema devia gostar mais dos portugueses.”.

Relativamente a novos projectos, David Rebordão diz que “existem projectos, porque se sonha todos os dias e é a sonhar que se têm ideias” e questiona-se, dando imediatamente uma resposta à sua interrogação: – “Há vontade de fazer? Imensa!”, mas o futuro é incerto. Tino Navarro, como produtor, está a acabar um filme que fez com António Pedro Vasconcelos e que neste momento está em fase de montagem, e vai começar a gravar outro com Joaquim Leitão em Setembro, pelo que desabafou com a RDB: – “Preciso de férias!” (risos).

 

Fotografia de Luis Ferreira



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