#7àSexta | Pedro Lucas

#7àSexta | Pedro Lucas

As escolhas do autor de "Águas Livres" que já foi Bora Bora.

Certamente já o viram a tocar bateria n’Os Velhos, depois em pequenas participações com grupo portuense Os Salto e até assinou um disco com o nome Lucas Bora Bora cujas canções tinham «um formato livre supra-pop». Actualmente, e com 27 anos feitos, as suas canções ganharam outras vidas, não as dos outros, mas uma vida mais intimista, mais enriquecedora, mais séria. Pedro Galvão Lucas, ou melhor, Pedro Lucas, assim assina neste seu novo caminho musical, editou um álbum-livro intitulado “Águas Livres” no passado mês de Maio que foi produzido por Walter Benjamin e gravado entre Londres e Alvito no Alentejo. Num processo carinhosamente vagaroso, encontramos na sua narrativa a herança da língua portuguesa e verdadeiras histórias de amor. Ficaram curiosos? Explorem o trabalho do Pedro Lucas através do bandcamp ou, ainda melhor, vejam-no ao vivo: 24 de Outubro na Casa Independente (Lisboa), 31 de Outubro no Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) e 1 de Novembro no Cinema Passos Manuel (Porto). Aproveitem, dêem-lhe um abraço da nossa parte e inspirem-se através da sua opção musical.

Sexta-feira | John Lennon – «Instant Karma»

Esta é uma canção de efeito imediato, boa para abrir qualquer lista. Mostraram-me e aderi logo. Adoro canções “levanta-moral” e apontadas ao planeta, quando bem feitas. É música pop. E só o vídeo já vale a pena.

Sábado | Nick Drake – «Hazey Jane II»

Nick Drake foi a descoberta mais preciosa que fiz nos últimos anos. Gosto de tudo, as canções, a voz, a interpretação e os arranjos. Sinto as coisas de uma maneira muito forte sem perceber as letras absolutamente. Qualquer canção do «Pink Moon» seria mais certeira se calhar, mas esta tem uma gravação muito bonita.

Domingo | Neil Young – «Harvest Moon»

Esta canção, e se calhar a maior parte das coisas que o Neil Young fez, mostra-me a possibilidade de se ser inteiro. Identifico-me muito com o Neil Young pessoa e com o Neil Young artista. Gosto muito do vídeo também, da sua ingenuidade (ou simplicidade apenas) e de uma determinada visão de Estados Unidos. Sem espinhas.

Segunda-feira | The Velvet Underground – «Cool It Down»

Está, provavelmente, no meu top dez dos meus vinte e sete anos. Não tenho muito a dizer. Pena minha, descobri-a apenas há uns anos. Mas espero que me acompanhe por muitos.

Terça-feira | Jorge Ben – «O telefone tocou novamente»

Esta canção é de um disco muito bom que se chama Força Bruta. Podia ter escolhido qualquer uma desse disco. A forma de falar do Jorge Ben Jor é rica, bonita e simples. Tem uma energia própria, com uma alegria muito reconhecível.

Quarta-feira | Caetano Veloso – «You don’t know me»

Do Transa, disco “inglês” do Caetano Veloso. É o disco que mais gosto do Caetano. A maneira como ele canta em inglês é muito bonita. Os arranjos e a gravação parecem-me muito definidos historicamente e (até) geograficamente. É muito poderoso. Todas as canções do disco valem por si.

Quinta-feira | Cartola – «Alvoradab»

O Cartola foi descoberta muito marcante, também por via de um amigo, como todas as outras. Sinto na canção uma tristeza sambada, um ajuste muito natural, coisas que só a vida produz, um método irreprodutível e incontrolável. Com um vigor e um compromisso muito bonitos.



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