Anathema (Acústico) @ Musicbox (12.02.2013)

Anathema (Acústico) @ Musicbox (12.02.2013)

Os sonhos frágeis

Os irmãos Cavanagh, Danny e Vincent, dos Anathema, regressaram a Portugal para dois espectáculos (Porto e Lisboa) que se queriam intimistas e num formato completamente acústico.

Depois de uma recente passagem no nosso País no decorrer da promoção do mais recente álbum de originais, “Weather Systems”, trazem-nos algo diferente dos seus primeiros registos mais doom, dando lugar a cenários encantadores, um pouco diferentes das atmosferas que se viveram até circa final do milénio.

Com um Musicbox em Lisboa completamente esgotado, dava-se assim início a um concerto cuja envolvente nos transportou para um ambiente afável e de emoções fortes e sentidas.

Vozes quentes e seguras faziam sentir-se em «Untouchable, Part 1» e «Untouchable, Part 2», as duas primeiras faixas da noite, temas do último trabalho. Sempre em coro e com as letras na ponta da língua, o público transpirava paixão e emotividade à medida em que faixas como «Angelica» e «Hope» (de “Eternity”), «Are you there?» (de “A natural disaster”) e «Lost control» (de “Alternative 4”) eram tocadas com as suas guitarras acústicas, complementadas pelos samplers feitos na altura.

Brilhantemente tocado ao piano surge-nos «Wasted years» dos Iron Maiden, cover pela mão de Danny, seria a primeira de várias desta noite, sendo que tocariam também um original dos Fleetwood Mac em homenagem a Lindsey Buckingham: «Big love».

Ouvimos ainda mais duas adaptações, desta feita dos Pink Floyd – «Another brick in the Wall» e «High hopes» -, banda que claramente identificamos como sendo uma das suas influências. De realçar o tema «One last goodbye» do álbum “Judgement”, cuja intensidade sentimental trespassou os nossos corações pela temática sensível que fala da morte da mãe de ambos.

Fechariam com chave de ouro com a música «Fragile dreams» do álbum “Alternative 4”, seguido de um encore com a participação de Daniel Cardoso ao piano.

Com uma actuação pontuada de bastante humor, assistimos assim a uma reunião de cumplicidade entre artistas e fãs. Levantaram ainda o véu com uma novidade – a de que vão entrar em estúdio em Portugal, para começar a compor e a gravar.

Off the record, a banda Britânica de Liverpool, afirma sem qualquer tipo de pudor a missão a que se propôs desde muito cedo na sua carreira – transcender os limites da música como forma de arte.

Fotografia por Rute Pocinho



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