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“Crianças do Mar 1”, de Daisuke Igarashi

A Canção do Mar

Daisuke Igarashi, é um reconhecido ilustrador, famoso pela sua mestria em contar histórias inovadoras e realistas, através do uso de uma arte refinada.

Com um estilo naturalista detalhado, Daisuke Igarashi cria em Crianças do Mar, uma obra de fantasia/realismo mágico, com toques de mitologia e folclore, que aborda temas espirituais, a questão de identidade, de pertencer a algo/algures, inspirado pelos trabalhos de Hayao Miyazaki, que o estimularam a seguir a carreira de ilustrador.

Iniciou a sua carreira nas páginas da revista Monthly Afternoon, em 1993, e já publicou, desde então, a série Hanashippanashi (1993-1996), algumas short stories, compiladas num só volume Sora Tobi Tamashii (2002), a série Little Forest (2003-2005), entre outros.

Começou a colaborar com a revista manga alternativa Monthly Ikki, em 2003, onde criou uma das suas séries mais famosas, galardoadas com o Prémio de Excelência no Festival Japan Media Arts de 2004 e 2009, a antologia Witches (2003-2004), e a série de que falamos agora, Children of the Sea (2006-2011), que vê publicado o seu primeiro volume em português, pela Devir (2024), com o título: Crianças do Mar.

Crianças do Mar, além de vencer o prémio excelência no Festival Japan Media Arts (2009), também conferiu o galardão do prémio excelência da Japan Cartoonists Association Awards a Igarashi, nesse mesmo ano.

Foi nomeado para o 12.º e 13.º Osamu Tezuka Cultural Prize (2008 e 2009).

O primeiro, dos cinco volumes de Crianças do Mar, tem 324 páginas a preto e branco, e está dividido em 8 capítulos:

Ruka
Dia de Tempestade
Hitodama
Marine Mammals
Padrão
O Fantasma do Mar
A Cadeira
O Mundo Aquático

Ruka, uma adolescente de 14 anos, vê-se castigada, sem poder treinar durante o verão, como consequência de um ato violento cometido contra uma colega.

Ruka faz parte de uma família dividida, vive com a mãe e passa o tempo no Aquário onde o pai trabalha. O desporto é o seu escape, e até esse lhe foi tirado, provocando-lhe uma crise de identidade.
Sem saber onde pertence, parte para Tóquio, onde conhece Umi, um jovem algures curioso.
É já de volta à sua pequena cidade, que se voltam a reencontrar, desta vez na companhia de outro adolescente especial, Sora.

Umi e Sora foram criados por dugongos no mar, e é nele que veem o seu lar. Um local, no, e para o, qual os seus corpos se adaptaram, onde quando nadam, parece que voam…

Umi, perspicaz, nota que Ruka partilha uma característica em comum consigo e com Sora, ela pode ver mais além, entende o oceano, os sons e criaturas, e tem um sentimento de adoração e respeito pelos mesmos.

Mas há peixes a desaparecerem, criaturas que aparecem onde não devem, e tudo parece estar ligado a estes jovens. Afinal, qual é o papel de Ruka, Umi e Sora, nesse mistério?

O primeiro volume do manga de Daisuke Igarashi, Crianças do Mar (Devir,2024), tem um enredo vibrante, mágico, e, ao mesmo tempo, realista, que se desenvolve a um ritmo gradual, apresentando o background das personagens, dos fantasmas do mar, e um mistério cósmico, com três protagonistas fortes e maduros, num fascinante e misterioso conto sobre o mar.

Para os mais curiosos, além do manga, existe o filme anime, com o mesmo título, da Studio 4°C, que foi exibido em Portugal, em 2023, uma produção de Eiko Tanaka, com a canção “Umi No Yürei” (Ghosts in the Sea), letra/música de Kenshi Yonezu.



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