Luis Reis – Street Artist

Luís Reis

O Book a Street Artist é um novo projecto que surge para dar a conhecer os artistas de rua. Hoje dá-nos a conhecer o Luís Reis, um malabarista que vos fará certamente voltar a espreitar a Rua Augusta

Ao passear pelas ruas de Lisboa não é incomum descobrirmos um músico, um homem estátua, um malabarista ou até um mágico. O que é incomum é darmos tempo a nós próprios para ver o que de facto ali se passa. Atiramos uma moeda ou reclamamos com os que atrasam o passo, mas estamos quase sempre demasiado ocupados para dar alguns minutos ao que nos pode maravilhar para o resto do dia.

O Book a Street Artist é um novo projecto que surge para dar a conhecer os artistas de rua. Hoje dá-nos a conhecer o Luís Reis, um malabarista que vos fará certamente voltar a espreitar a Rua Augusta, que vos fará parar, porque vocês merecem vê-lo.

Que tipo de artista és?

Sou malabarista numa vertente gentleman artist, ou seja, tenho um espectáculo de malabarismo mais elegante do que é habitual. Penso no visual, figurinos, apresentação e no próprio número para uma performance mais bonita do que a esperada de um malabarista convencional.

Vives como artista de rua ou tens outro trabalho?

Vivo como artista de rua, o meu salário vem das minhas performances de rua. Depois tenho alguns extras porque dou aulas no Chapitô e faço alguns trabalhos para eles.

Já actuaste em espaços diferentes, mais convencionais?

Já actuei em palco para eventos de empresas ou como parte integrante de outros espectáculos. Individualmente já fiz trabalho de palco no Chapitô e Armazém 13.

Porque é que decidiste ir para a rua?

Porque é uma forma diferente de estar com o público; há um contacto mais sensível. Seria completamente diferente uma perfomance de palco, que acho mais individual, mais fechada. Na rua, mesmo que não apresentes a tua melhor actuação, tecnicamente, estás sempre a oferecer muito mais de ti ao público.

O que sentiste quando actuaste na rua pela primeira vez?

A primeira vez que actuei na rua foi no metro em França, há 4 anos. Eu era bom tecnicamente mas nunca tinha tido contacto com o público. Isso foi algo em que evoluí muito. As pessoas começaram a reparar mais no lado artístico e não apenas no técnico.

Se inicialmente estava apreensivo, depois começou a ser o próprio público a tornar-me mais confiante.

Tens alguma formação ou és autodidacta?

Tirei alguns workshops de malabarismo e de teatro em França e na Bélgica, de resto fui evoluindo sozinho.

Achas que os artistas de rua são diferentes dos outros artistas?

Acho que o artista de rua tem mais poder sobre o público. Tem que ser, porque não tens uma câmara ou um palco para te proteger. Mas não posso dizer que sejam mais versáteis porque também é difícil para nós restringirmos a nossa liberdade num palco e temos de ser tecnicamente mais exigentes.

O que achas de Lisboa para os artistas de rua?

Acho que tem muitos artistas e, ainda assim, muitas oportunidades. O turismo continua forte e é o que mais ajuda a arte de rua. Afinal, os espectáculos de rua tornam uma cidade viva! Sim, acho que há oportunidades, é preciso é saber agarrá-las.

E os portugueses, são bons ou ingratos para os artistas de rua?

Bom, este não me parece um bom tópico para este tempo de crise… Em geral acho que são pessoas carinhosas connosco, quem pode ainda te oferece a mão. Mas, claro, o turismo é a base da arte de rua.

Como achas que a maioria das pessoas vê os artistas de rua?

Não conheço a maioria das pessoas mas sei que muitas nos admiram, sobretudo as crianças. Vêem-nos como artistas que lhes oferecem magia todos os dias.

Quais são as maiores dificuldades para ti enquanto artista de rua?

A incerteza do amanhã dá-me algum medo. Por outro lado dá-nos uma grande liberdade. Tenho muito medo de um dia já não poder fazer o que faço, mas enquanto sou novo – tenho 26 anos – vejo mais soluções do que problemas.



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