“Messi” | Leonardo Faccio
A história do rapaz que cresceu artificialmente, chegava sempre atrasado e se tornou no maior jogador da bola
Em “1984”, a fantástica e terrífica distopia sonhada por George Orwell, o Ministério do Amor construiu o quarto 101, onde os elementos indesejáveis ao estado totalitário eram torturados sendo expostos ao seu maior pesadelo, medo ou fobia.
Se Cristiano Ronaldo pusesse os pés nesta divisória, muito provavelmente ver-se-ia ser atacado por uma pulga. Não um daqueles bichos saltitantes que gostam de fazer de cães e gatos a sua casa, antes uma pulga de dimensões humanas com o nome de Lionel Messi. Ronaldo viu a FIFA atribuir-lhe o prémio de melhor jogador do mundo em 2008 mas, de lá para cá, Messi levou para casa quatro prémios consecutivos, ajudado por um considerável lobby – Ronaldo merecia pelo menos mais uma bolinha –, algum sabor de injustiça mas, também, por um inegável talento, daqueles que habitualmente só se vêem na playstation.
Em “Messi” (Marcador, 2013), Leonardo Faccio apresenta uma biografia de corpo inteiro deste pequeno grande jogador, que se veio juntar a uma galeria de nomes imortais como Pelé, Maradona, Cruyf, Best, Eusébio ou Di Stefano.
Nascido em Buenos Aires, Leonardo Faccio vive há quase dez anos em Barcelona, colaborando com publicações como El Periódico, La Vanguardia ou Etiqueta Negra, tendo sido galardoado pela Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano de Garcia Márquez. Desde que começou a seguir os passos de Lionel Messi, Faccio apaixonou-se pelo futebol ao ponto de escrever uma biografia de um fora-de-série que nos oferece, em poucas páginas, o percurso meteórico de Lionel Messi, desde a sua juventude em Buenos Aires, passando pela famosa escola de futebol do Barcelona – La Masía – até à consagração mundial.
O livro está dividido em três partes – 2009, 2010 e 2011 – e apresenta o perfil de um miúdo tímido, pequeno e de aparência frágil, que sofreu um tipo de nanismo que acontece uma vez em cada vinte mil nascimentos. O tratamento contra o atraso na idade óssea permitiu-lhe um crescimento rápido, sendo injectado com hormonas sintéticas para crescer de repente, tanto física como emocionalmente. Um pouco como aconteceu com o Homem-Aranha quando foi picado por um aracnídeo, transformando-se num super-herói e adoptando o lema “quanto maior o poder maior a responsabilidade”. Messi é também um super-herói, vestindo um uniforme onde cabe apenas uma palavra colorida: blaugrana. Vejam-no em acção a sobrevoar Camp Nou ou, em alternativa, numa televisão caseira.
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