O Olhar do Açor
Heroísmo no feminino
Sandra Carvalho regressa com O Olhar do Açor (Editorial Presença, 2007), o primeiro volume das Crónicas da Terra e do Mar.
A autora, que se destacou com a Saga das Pedras Mágicas – uma série com uma linha muito semelhante ao da veterana Juliet Marillier – é hoje um dos mais nomes mais relevantes da Fantasia e da literatura para jovens adultos em Portugal.
O Olhar do Açor evoca os Descobrimentos e a expansão marítima, cruzando esta época dourada da História portuguesa com elementos fantásticos, num intricado enlace entre referências históricas (os reis e personagens da História de Portugal, as reformas às leis das sucessões) e intervenções e influências de bruxos, curandeiras e piratas.
Este primeiro livro apresenta-se muito feminino, dominado por heroínas: Constance, a senhora de Águas Santas; Leonor, a sua herdeira; a irreverente escrava Guida, a melhor amiga de Leonor; e Maria dos Milagres, a sábia curandeira. Ao longo deste primeiro volume, testemunhamos as desventuras destas heroínas, que sofrem sob a influência do bruxo Tomás Rebelo, que visa apoderar-se da terra de Águas Santas para os seus próprios intentos.
Perante a débil saúde do pai e senhor de Águas Santas, Leonor, a única herdeira, deve encontrar um bom noivo e casar, por forma a manter a posse da sua terra, famosa pelas propriedades benéficas das suas águas, ameaçada tanto pela cobiça de Tomás Rebelo como pela lei das sucessões da época.
Quando a morte chega àquela terra sagrada e começa a ceifar as vidas daqueles que a protegiam, para Guida e Leonor, sem mais a perder, não resta outra opção se não fugir para sobreviver. E é nesta fuga, no início de uma viagem na companhia de famosos e temidos piratas, que deixamos as heroínas desta estória, desta aventura de amizade, honra, dever e vontade de sobreviver.
Os primeiros capítulos do livro podem revelar-se difíceis para o leitor adepto de uma acção rápida, mas a obra vai crescendo até deixar o deixar a salivar pela conclusão que chegará com o segundo volume desta série, no qual esperamos, também, um final feliz.
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