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Paper Mario: The Origami King | Nintendo Switch

Será Mario feito de papel vegetal?

Ora bem, hoje trago-vos um título que, em parte, já era esperado por muitos, uma vez que desde a Nintendo 64, temos tido um jogo desta pequena saga – Paper Mario. Estando no auge da sua existência, claro que também a Nintendo Switch teria de ser premiada com o título deste género e finamente chegou essa altura.

Paper Mario: the Origami King conta a história de como um maligno vilão em papel tenta dominar o mundo, passando todas as personagens feitas em papel “liso” para origami. Cabe, pois, ao nosso canalizador favorito impedir que isso aconteça. Porém, como também já é de hábito na saga, Mario não está sozinho na sua demanda. Desta vez, conta com a companhia de Olivia, a irmão do vilão cujo nome não deve ser pronunciado… hum hum… King Olly.

Mas bom, para quem já me conhece, sabe que eu não jogo muito dos meus jogos pela sua incrível história ou porque as personagens são altamente cativantes. Para mim, basta que o gameplay seja bem-sucedido para que o jogo em causa seja considerado bom. Claro que também gosto de ser surpreendido nesses departamentos, mas grande partes dos jogos que considero ser os melhores de sempre, não têm muita história. Normalmente, a saga do Super Mario é uma delas.

Posto isto, comecemos pelos gráficos/desenhos que este novo Paper Mario tem para oferecer. Nunca me senti tão apaixonado por papel. Os ambientes são muito fieis ao conceito de papel, assim como qualquer personagem do jogo, desde a mais amassada à mais lisinha. Todavia, há uma coisa com a qual não concordo. Temos de salvar imensos Toads, ok. Mas, porque é que dando com um martelo num deles os torna lisos e normais novamente quando eles já estão amassados, hum? Não deveria ser ao contrário? Bom, desabafos à parte, o jogo é extraordinariamente bonito, em todos os aspetos e ambientes, retratando muito fielmente o que seria um mundo de papel.

As músicas são, também elas, alegres e ajustáveis a cada atividade que façamos. Quer seja a descer um rio, quer seja numa cidade no deserto, somos sempre bem recebidos ao som de tons divertidos. Ponto que a Nintendo sempre nos habituou no que toca ao mundo do Super Mario.

Por fim e deveras mais importante, jogabilidade. Primeiro, os pontos positivos.

Paper Mario é um daqueles jogos que, embora linear, não se consegue jogar sem perceber, minimamente, a história. Temos de perceber o porquê de ir para A em vez de ir para B, ou perceber o porquê de certas personagens ajudarem umas em vez de outras. É normal. No entanto, nada é demasiado complexo para nos perdermos. Mesmo que isso aconteça, existe uma tecla especifica, que podemos acionar, para obter uma pista para onde ir ou o que fazer a seguir. Por isso, não se torna um jogo demasiado maçador ou denso. As piadas e o diálogo também ajudam imenso, não contendo termos os dicas demasiado elaboradas. A história é simples e boa. Eficaz.

As interações com o mapa de jogo e com as personagens (em si) também são fluídas e intuitivas. Dos imensos Toads que há para encontrar aos imensos buracos (estão em todo o lado, diga-se) que há para cobrir com papel, existem imensas atividades e lugares para explorar neste Paper Mario, o que me deixa extremamente satisfeito.

O ponto negativo principal que tenho com o jogo é o combate. O combate neste jogo é por turnos, tal como se fosse num jogo de Pokémon, o que não é de todo um problema. O mini-jogo inicial também não é um problema, a meu ver, isto é, o facto de ter de meter os inimigos numa certa posição antes de os atacar para receber um bónus de ataque, dá-me um certo entusiamo inicial para perceber como os devo pôr. Isso torna, de longe, o combate mais agradável porque depois disto, é apenas uma questão de escolher a arma com a qual queremos bater nos inimigos e acabou. Não existe qualquer sistema de experiência neste campo, o que para mim é inadmissível. Acho que sem este sistema de evolução de personagem ou skills, o combate perde todo e qualquer sentido. No fundo, combatemos para ter moedas, moedas essas que servem, essencialmente, para comprar colecionáveis nas lojas dos Toads. Se são giros? São. Mas não vale a pena perder inúmeras horas em combates vazios para comprar tesouros. Acho que perderam uma boa oportunidade para implementar um sistema que agarra-se mais o jogador ao ecrã: descobrir a próxima skill a ser desbloqueada, o próximo nível a atingir, mais stats, etc. Os bosses e semi-bosses são muito porreiros de combater porque aplicam, mais uma vez, uma mecânica completamente diferente umas das outras, tornando assim cada combate único. O facto de termos de perceber como é que se combatem já dentro do combate é, também isso, bem-vindo e bem conseguido.

Em suma, Paper Mario: the orgami king deixou, em parte, a saga original do Paper Mario. Normalmente, estes jogos têm muitos mais elementos do mundo dos RPGs. Aliás, na Super Nintendo foi lançado um título chamado Super Mario RPG: Legend of the Seven Star, que ainda hoje, influência o nosso Paper Mario. Porém, cada vez mais a saga se fasta das suas origens, retirando os elementos dos RPGs clássicos como os níveis ou os inúmeros itens para customizar as nossas personagens e segue para uma via mais de aventura e “descobrimentos”. Percebo o porquê da jogada nesse sentido, mas não percebo o porquê de o quererem fazer nesta saga. Acho que já temos imensos títulos que fazem isso muito melhor (Legend of Zelda) e poderíamos manter o Paper Mario com os elementos essenciais que deviria ter desde o início.

 

Prós:

  • Visualmente incrível;
  • Músicas muito boas que realçam o ambiente do jogo;
  • História simples e acessível.

Contras:

  • Sistema de combate muito precário e desajustado.

 

N.º de porta: 7/10



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