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Patti Smith @ Festival Jardins do Marquês (07.07.2024)

atti Smith, a poetisa do punk-rock, ícone que atravessa gerações, actuou este Domingo no Festival Jardins do Marquês em Oeiras. Com os bilhetes esgotados, Patti Smith surgiu perante uma plateia de cerca de 6000 pessoas, acompanhada do baterista Jay Dee Daugherty, o baixista e teclista Tony Shanahan e o guitarrista Jackson Smith, filho da cantora.

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Texto por Carla Pinto e fotografia por Graziela Costa.

Patti Smith, a poetisa do punk-rock, ícone que atravessa gerações, actuou este Domingo no Festival Jardins do Marquês em Oeiras. Com os bilhetes esgotados, Patti Smith surgiu perante uma plateia de cerca de 6000 pessoas, acompanhada do baterista Jay Dee Daugherty, o baixista e teclista Tony Shanahan e o guitarrista Jackson Smith, filho da cantora.

Aclamada desde o primeiro momento, foram frequentes os “I love you”, soprados pelo público, ao longo do espectáculo. Patti, emocionada e de sorriso aberto, daqueles sorrisos genuínos que nos habituámos a reconhecer nas pessoas generosas, respondeu “I love YOU”, “YOU are awesome”. Ela é simpática descontraída, simultaneamente grata e graciosa. Dança com uma agilidade e energia que não correspondem de todo à sua idade. Mais do que isso, uma energia que se incrementa ao longo do concerto.

Li algures numa entrevista que nas primeiras actuações, nos anos 70, ela constatou que tinha demasiada energia para simplesmente estar no palco a recitar poemas. Então, contratou o guitarrista Lenny Kaye para estar atrás dela e tocar guitarra enquanto ela actuava. Foi evoluindo a partir daí, incluindo mais instrumentos e mais improviso, dando mais liberdade à sua performance. Tudo isso faz sentido quando vemos Patti Smith ao vivo. Ela dança de forma improvisada e livre e reage à energia do público. É bonito de se ver!

As suas letras são profundas, as temáticas são sentidas e depuradas, verdadeiros poemas que, musicados e representados por ela em palco, atingem um verdadeiro zénite.

Patty Smith é por si só, dona de um repertório de luxo, mas isso não a impede de fazer covers de músicas de outros artistas, temas que, de uma ou outra forma, a tocam. Os covers transformam-se e tornam-se dela, há uma certa apropriação benigna e fecunda da música original.

O concerto começou com o «Summer Cannibals» do álbum “Gone Again”, seguido de «Ghost Dance» do álbum “Easter”. «Man in the Long Black Coat» de Bob Dylan, protagonizou o primeiro cover. Outro cover da noite coube a «Summertime Sadness» de Lana del Rey. Patti Smith confessou que o tema lhe faz pensar no seu marido Fred “Sonic” Smith que faleceu há 30 anos. Seguiu-se «Because the Night» escrita, também, a pensar em Fred.

Não podemos deixar de referir o tema «Smells Like Teen Spirit» a recordar Kurt Cobain que nos deixou há 30 anos. Patti partilha que estava na cozinha com Fred quando soube a notícia da sua morte e ambos choraram o seu desaparecimento. Referência também para «Dancing Barefoot» e «Pissing in a River» do álbum “Wave” e “Radio Ethiopia” respectivamente.

E no fim, o público pediu mais e Patti voltou com a sua banda para um Encore. “People have the Power” foi a música escolhida para encerrar o espectáculo e foi cantada em uníssono pelo público.

“Don’t forget” foi o repto que lançou, entre os agradecimentos, na despedida do palco. Na saída do recinto ouvia-se “Don’t Fu%&ing Forget” gritado, em plenos pulmões, por uma fã mais entusiasmada. Façamos isso, não esqueçamos!



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