Dedy Dread
O arquitecto que surfa as ondas da Soul
Dedy Dread cedo se encontrou com a música quando os pais o inscreveram numa escola da especialidade. Arquitecto, Dj, produtor e surfista. Aprendeu a tocar guitarra e piano durante 4 anos. Mais tarde entre alguns brinquedos surgiram os sintetizadores, as guitarras e “inevitavelmente a música começou a fazer parte da minha vida”.
Nasceu e viveu grande parte da sua vida na Costa da Caparica. Na adolescência, entre surfadas, partículas de sal e grão arenoso cruzava o Tejo com o vizinho e amigo, Nuno Di Rosso, para procurar música na Valentim de Carvalho e no Centro Comercial Portugália:“Rock Alternativo e Garage – era o que se ouvia na altura”. Basicamente ouviu todos os géneros desde rock, trash metal, seatle, electrónica, house, trip hop, hip hop, reggae, latin, afro, etc… e até fez break dance nos anos 80.
Prova que a versatilidade abre portas à mudança e novos caminhos tendem a despontar. É com esta predisposição que encontra no Bicaense um espaço para tocar muitos dos discos que tem, em particular música dos 60’s, “early 70’s”, R&B, Popcorn, Funk, Reggae e Mashups no formato 45 RPM.
As noites ganharam ritmo assíduo de um publico que se direccionava para este género e Dedy, em parceria com Mr. Mute, decidiu criar as Tighten Up Sessions. Mais tarde o inglês Smoove, da Wack Records (na qual editou “No Diggin” em parceria com Smo(o)v(e) disse-lhe que tinha um amigo em Lisboa, o Mr. Bird.
Fortaleceram a guerrilha com Steven Bird e pulverizam as noites com notas aquecidas e perfumadas da oratória funk/soul da segunda metade do séc. XX. As Tighten Up Sessions têm residência mensal no Bicaense e no Odessa, em Stª Apolónia.
Como produtor e Dj ordena o seu território musical, essencialmente, com sonoridades dos anos 60. Música original, sobretudo de singles 45, que fazem viajar até a um “mundo”que não vivemos e que reforçam a vontade de descobrir; que transmitem positividade e impacto: “às vezes basta um loop ou um break para construir uma música nova e contextualizá-la com a actualidade das pistas de dança”.
No que diz respeito à produção foi Jstar (Dj/produtor inglês) quem teve “muita influência” em Dedy Dread: “ele fez-me acreditar que eu também podia fazer os meus discos. Tenho muito orgulho de ter feito alguns com a sua participação”. Já no incentivo de partilha-Dj foi Mr. Cheeks (Supafly) o grande responsável.
Toda a música é a reabilitação de outras músicas e como tal todas decretam uma intenção, uma vontade e um pensamento abstracto: “dá-me um enorme gozo conseguir dar uma roupagem nova às músicas e combiná-las com o improvável é como escrever um livro e nele usar citações de um outro autor ao mesmo tempo estás a dá-lo a conhecer e a criar a tua própria “statement”.
A música tem este poder de se entrecruzar com vários tecidos e tramas do quotidiano e fazer de nós os aliados de um ciclo que vai ao encontro do acontecimento, que o gera e deste modo se reencontra em si.
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