“É o Amor”, de João Canijo

“É o Amor”

Homenagem a uma comunidade piscatória

Depois do sucesso de “Sangue do Meu Sangue” (2011), o realizador português João Canijo volta ao grande ecrã com mais uma promessa de êxito nacional e, seguramente, internacional. A antestreia do filme “É o Amor” (2013) teve lugar no IndieLisboa, Festival Internacional de Cinema Independente, estando marcada a sua exibição, nos cinemas nacionais, com apoio da Midas Filmes, a partir do dia 25 de Abril.

João Canijo, um realizador apaixonado por mulheres, sempre com a sua eterna propensão de as elevar a um patamar superior nas suas obras cinematográficas, resolveu desenvolver um projecto ambicioso e pouco convencional. Após o convite do Festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde, surge um trabalho com o objectivo de retratar a mulher das Caxinas como modelo da mulher moderna portuguesa. Segundo as palavras do realizador, o que mais o encantou foi descobrir este contraste, um cenário real completamente oposto à “imagem tradicional de uma peixeira enlutada do Norte de Portugal”. Assim surge uma obra visual que funde o documentário à ficção, e vice-versa, havendo momentos em que não é possível percepcionar onde acaba um e começa o outro.

Foi devido ao amor e à coragem destas mulheres, que são capazes de lutar diariamente pela sua sobrevivência e a dos seus maridos, que surgiu a autêntica necessidade de prestar uma homenagem a esta comunidade piscatória. O filme retrata o quotidiano de três mulheres, em particular da mestra Sónia Nunes, seguindo-a nas suas tarefas laborais e nos seus momentos familiares. Ao longo da história, nasce uma amizade entre duas mulheres muito diferentes, Anabela, representada por Anabela Moreira, e Sónia, duas pessoas com visões sobre o amor e a vida, em geral, completamente distintas.

"É o Amor", de João Canijo

Como um corpo estranho, Anabela Moreira trabalhou, intensivamente, durante quase dois meses, ao lado daquelas que são o retrato da emancipação da mulher actual no mundo da pesca. Foi devido a este “treino intensivo”, segundo a orientação de João Canijo, que foi possível penetrar, tão intimamente, numa realidade para muitos desconhecida.

Como a actriz Anabela Moreira afirmou, na sessão que ocorreu no Cinema City Classic Alvalade, no dia 20 de Abril, “o filme é a Sónia”. O seu objetcivo principal foi sempre ir de encontro ao que representava esta mulher, a sua maneira de estar, de se vestir e expressar.

O que poderá ser considerado mais fascinante neste filme é a incapacidade de o espectador compreender até que ponto Anabela Moreira e Sónia Nunes são elas próprias, e não apenas meras personagens da sua inerente existência, transparecendo somente aquilo que pretendem em frente às câmaras.

Um filme a não perder, nos cinemas UCI El Corte Inglés e UCI Arrábida e Porto.

FICHA TÉCNICA

Realizador: João Canijo
Argumento: Anabela Moreira, João Canijo
Montagem: João Braz
Imagem: Tiago Carvalho, Flávio Pires,
Gustavo Santos, Anabela Moreira,  Mário Castanheira
Som: Vasco Pucarinho, Carlos Conceição, Elsa Ferreira

Uma produção MIDAS FILMES – Pedro Borges e CURTAS METRAGENS C.R.L. – Dario Oliveira
com RTP Rádio e Televisão de Portugal, ICA Instituto do Cinema e do Audiovisual

PORTUGAL –  2013  – 135’ –
cor



Existe 1 comentário

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  1. ana.coll521

    Apreciei o desempenho de ambas as personagens….
    É um filme vivo… muito realista…. O contraste entre a forma de viver das duas mulheres ….as dúvidas que surgem na personagem Anabela… remete-nos também e questionar a nossa propria vida…


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