Houdini Blues
Vindos de Évora, são um grupo que não sabe definir a sua música. Gostam da Kristin Hersh e lançaram um albúm novo este ano.
Em 1998 lançaram uma maqueta e em 2001 o primeiro albúm de originais – “True Life is Elsewhere”. Uma edição de autor que assentava numa pop alternativa onde as guitarras eram as verdadeiras protagonistas. Para albúm de estreia deixou muito a desejar. Faltava alguma ambição, coragem e porque não dizer, inspiração. Dois anos depois surge no mercado “eXtravaganza“, um disco muito mais sólido, mais criativo e demonstrando uma maior maturidade, saindo do véu da previsibilidade do disco anterior. O nome do albúm surge devido à banda querer “fugir de tudo o que é convenção e de tudo o que é normal”. O resultado dessa fuga foi um disco muito mais electrónico que o primeiro onde as guitarras não são esquecidas e onde estilos e géneros misturam-se num conceito estético invulgar que resulta em 11 faixas bastante ambiciosas e que mostram uma relação muito próxima com a música portuguesa. Pop Dell’Arte, Mão Morta, Mler if Dada são referências bem visíveis nas canções “Lobo Bom”, “Canção do Marinheiro Insolente”, “Buenos Aires Capital” ou “Caballa”.
Embora todas as músicas demonstrem uma experimentação estética e uma boa adaptação de sonoridades, a mais valia do disco é a 1ª faixa do mesmo – “Tragic Queen”. Este tema contou com a com pós-produção, mistura e masterização de Armando Teixeira (Bulllet, Balla, Bizarra Locomotiva) e é sem dúvida um dos momentos mais interessantes de todo o albúm.
Depois de uma “falsa partida” com o primeiro albúm de originais, os Houdini Blues conseguiram através de “eXtravaganza” encontrar uma identidade. Mesmo não sendo um grande albúm, já mostra alguma ambição, criatividade e coragem. Merecem um lugar no panorama musical português, nem que para isso tenham que continuar a apostar em edições de autor.
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