rdb_queerlisboa2011_header

Queer Lisboa 2011

Os destaques da edição 2011 do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. "Transgressão" é o tema deste ano.

É já esta sexta-feira que o Queer Lisboa – Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa dá o ponto de partida para a sua 15ª edição, no Cinema São Jorge. Como festival adolescente que é, nada melhor que adoptar como temática deste ano a transgressão. Temática essa que acaba por ser convergente ao próprio festival, não porque procure esse objectivo, mas pela fama que adquiriu ao longo dos anos.

Este ano o júri da secção competitiva para “Melhor Longa-Metragem” conta com Albano Jerónimo (“Mistérios de Lisboa”) e Beatriz Batarda (“Alice”), bem como o designer Sam Ashby; enquanto que na secção documental está o cineasta português Miguel Gonçalves Mendes (“José e Pilar”), Claudia Mauti (directora e programadora do Festival de Cinema Mix Milano) e Franck Finance-Madureira (jornalista e director da Queer Palm do Festival de Cannes).

O Queer Lisboa deste ano prescinde do apoio da embaixada israelita (como habitual) após uma campanha que apelava ao boicote a todas as iniciativas que envolvam o estado judaico, mas mais importante que isso, este torna-se no primeiro festival nacional a criar uma parceria com a plataforma online MUBI, para disponibilizar uma selecção de mais de uma dezena de filmes online e gratuitamente por todo o mundo nas datas do festival.

A RDB apoia também o festival este ano e apresentamos alguns destaques desta edição:

“Howl” (2010), de Rob Epstein e Jeffrey Friedman
+info

Filme de abertura do festival e que conta com James Franco (associado à comunidade LGBT desde “Milk”) no protagonismo como o poeta Allen Ginsberg, na década de 50, altura em que o autor foi acusado de pornografia, devido ao seu poema “Uivo”. Com uma estética muito própria, o filme conta ainda com Aaron Tveit (“Gossip Girl”), Todd Rotondi,Jon Prescott e Jon Hamm (“Mad Men”), entre outros. “Howl – Uivo” estreia em Portugal a 22 de Setembro.

“Taxizum Klo” (1980), de Frank Ripploh
+info

Para a sessão de encerramento, a direcção do Queer Lisboa optou pela estreia no nosso país de uma obra alemã, dos anos 80, que foi relançada o ano passado na Alemanha e ainda em Abril deste ano no Reino Unido. O filme, de orçamento reduzido, segue um professor em Berlim com uma vida gay muito activa, enquanto tenta separar a sua vida profissional da sua vida pessoal.

“William S. Burroughs: A Man Within” (2010), de Yony Leyser
+info

Na secção “Queer Art” surge um documentário intimista sobre o escritor William S. Burroughs, os seus ideais anti-conservadores e os movimentos contracultura por si gerados, que marcaram a cultura do século XX em temáticas como a cultura queer e as drogas, na década de 50.

“MIWA: A Japanese Icon” (2010), de Pascal-Alex Vincent
+info

Competindo na secção para “Melhor Documentário”, foca-se na interessante figura de MIWA Akihiro, um dos mais conhecidos entertainers japoneses, celebrizado pelos seus espectáculos e como activista dos direitos LGBT no Japão.

“Leave Blank” (2010), de Todd Verow
+info

Considerado um veterano do New Queer Cinema, Todd Verow apresenta a história de uma quarentão solitário (interpretado por si mesmo) que contrata um prostituto de forma a experimentar tudo o que nunca tinha feito: sexo sem preservativo, drogas e orgias.

“Fjllet” (2011), de Ole Giæver
+info

Da Noruega chega a história de um casal lésbico, em crise, que decide fazer uma caminhada pela montanha, num local onde viveram uma experiência traumática há dois anos e que lhes mudou completamente a vida.

“Contracorriente” (2009), de Javier Fuentes-León
+info

Candidato do Peru aos Óscares 2010, o filme “Contracorriente” centra-se na história de um pescador casado que se apaixona por um misterioso e simpático pintor homossexual. Prestes a ser pai, o jovem pescador vai acabar por ter que enfrentar um difícil dilema entre a sua paixão e as tradições da aldeia onde vive, bastante conservadora.

“Ausente” (2011), de Marco Berger
+info

Fruto da nova vaga de cinema argentino, “Ausente” venceu o prémio Teddy no Festival de Berlim 2011. O filme centra-se num jovem aluno que se envolve com o seu professor de Educação Física, abordando a natureza do desejo e da sedução, aqui entre um menor e um adulto, invertendo os padrões habituais da sedução.

“Romeos” (2011), de Sabine Bernardi
+info

Uma drama centrado no relacionamento entre um jovem e um transsexual, nascido como rapariga, que se encontra numa puberdade masculina quimicamente induzida. O filme aborda a atracção entre um jovem popular e masculino e o jovem transsexual, centrado-se na amizade e no despertar sexual dos adolescentes.

“Becoming Chaz” (2011), de Fenton Bailey e Randy Barbato
+info

Documentário sobre o processo de transformação de mulher para homem, de Chaz (anteriormente Chastity), filho de Sonny e Cher. Sendo esta uma viagem de busca de identidade própria, Chaz resolveu tornar pública a sua transição para que todos pudessem aprender com a experiência.

“Rosa Morena” (2010), de Carlos Augusto de Oliveira
+info

Primeira longa-metragem do brasileiro Carlos Augusto de Oliveira que se centra num arquitecto bem-sucedido de 42 anos que viaja para o Brasil de forma a adoptar uma criança, depois das autoridades dinamarquesas lhe terem negado esse pedido.

“We Were Here” (2011), de David Weissman e Bill Weber
+info

Documentário que faz um processo de retrospecção sobre a chegada e o impacto da SIDA na cidade de São Francisco, onde se deu uma explosão de casos de HIV positivo durante os anos 80. O filme será acompanhado de um debate com médicos portugueses.

“Miss Kicki” (2009), de Håkon Liu
+info

Esta é história de uma mulher que, depois de vários anos fora, regressa à Suécia. O seu filho adolescente, de 17 anos, foi criado pela avó e tem uma relação distante com a sua mãe. Sob o pretexto de reatar laços, esta convida o filho a juntar-se a ela numas férias em Taiwan, mas na realidade a sua intenção é encontrar-se com um homem de negócios tailandês, que conheceu na internet. O realizador estará presente no festival.

O Queer Lisboa 2011 decorre de 16 a 24 de Setembro. A programação completa pode ser consultada no sítio oficial do festival.

Este texto pode também ser lido no blog SplitScreen



There are no comments

Add yours

Pin It on Pinterest

Share This