@joanalinda_BrunoPernadas_-00797

Bruno Pernadas @ Culturgest (01.03.2024)

É salutar que, na última mão cheia de anos principalmente, a música nacional tenha-se acostumado a celebrar momentos históricos ou marcantes do seu universo. Seja com concertos gigantes nos maiores palcos e eventos do país, seja com outros em menor escala, mas não com menos importância, tal como o assinalar da primeira década de existência do primeiro trabalho em nome próprio de Bruno Pernadas.
“How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge?” valeu como o arranque do génio de Pernadas, levando conteúdos jazzísticos aos cenários mais exóticos que a sua mente consegue imaginar, gerando cocktails desenjoativos, que nos foram crescentemente viciando.

Nesta noite especial na Culturgest, Bruno Pernadas fez-se acompanhar da sua espécie de big band, com muitos dos seus comparsas costumeiros, como Margarida Campelo (teclados e vozes), Afonso Cabral e Francisca Cortesão (vozes e guitarras), Nuno Lucas (baixo) ou João Correia (bateria), para além do trio de metais que não poderia eventualmente faltar.

Como a ocasião requeria, o disco em celebração foi interpretado de lés a lés, pela ordem com que foi dado a conhecer ao público em 2014, sem interrupções de qualquer tipo, como se o colocássemos a girar em nossa casa, como inúmeras vezes o teremos feito, mas com os digníssimos executantes à nossa frente, podendo sentir e recolher os nossos calorosos aplausos a cada momento brilhante. E são/foram muitos.

Desde logo, «Ahhhhh» é daqueles temas de abertura inesquecíveis, que nos mete desde o início em pulgas à espera daquela transição rítmica que nos faz pular (ou simplesmente abanar o tronco em casa de concertos sentados como este no Auditório Emílio Rui Vilar), e que serve na perfeição como introdução, não só a este álbum, mas como à discografia que Bruno Pernadas tem construído até ao momento.

A química é pouco menos que perfeita entre os músicos, que se vão regendo por raras e discretas indicações do maestro Pernadas que sinalizam variações de ritmo e melodia já bastante características do seu trabalho, que tendem a processar-se de forma bem suave apesar de tudo, e que fazem com que as amálgamas sónicas sejam coesas e façam sentido. A bateria de João Correia foi a batuta perfeita para todas estas movimentações rocambolescas, tendo assinado uma exibição de destaque neste aniversário.

Ficaram para o final as únicas declarações do serão, que serviram para os habituais agradecimentos e para a apresentação de todos aqueles que fizeram parte da celebração. Esperamos que a ideia se mantenha para os décimos aniversários dos discos que se seguiram a este inspirador “How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge?”.

 

Alinhamento
– Ahhhhh
– Indian Interlude
– Huzoor
– Première
– Guitarras
– Pink Ponies Don’t Fly on Jupiter
– How Would it Be 1
– How Would it Be 2
– L. A.



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