Carlos Polónia Grupe
Blues cantados em português e inglês com pronúncia do Norte. A não perder no fim deste mês no B Flat em Matosinhos
Para quem pensa que em Portugal não existem bandas e projectos dedicados aos blues e que este genéro é exclusivo da terra do Tio Sam, tem uma grande oportunidade de alargar os seus conhecimentos e ficar a conhecer nos próximos dias 30 e 31 de Julho o “Grupe” de Carlos Polónia no B Flat em Matosinhos.
Com uma vida completamente dedicada à música, Carlos Polónia é um dos músicos portuenses com mais currículo da nossa “praça”. A sua experiência vem desde a banda de uma Igreja de Frades Capuchinhos, onde tocava bateria madrepérola. Acompanhou desde cedo o nascer do chamado Rock Português, tocando com a sua banda nas primeiras partes dos UHF e dos Afonsinhos do Condado e participou com diversos artistas, entre os quais, Carlos Tê e André Indiana, passando inclusive pelo cinema em “Corações Periféricos” de Fernando Ávila.
Em nome próprio e com o seu “Grupe” editou três álbuns de originais. “Acústico” é o seu mais recente trabalho e reune um quantidade de ilustres músicos na sua banda, como por exemplo Rui Vilhena das Vozes da Rádio, que neste caso está a cargo da guitarra. O novo álbum revela uma sonoridade electro-acústica, dentro do que se pode designar como blues canção urbano.
Ao vivo, o destaque vai para o humor, num espectáculo delirante em que vale a pena estar atento às letras originais, que sabem deixar uma boa fotografia de época, disparando farpas em diversas direcções, denunciando a hipocrisia reinante, abordando de forma mordaz temas incómodos e politicamente incorrectos como a toxicodependência, o alcoolismo, a exclusão, o nazismo e o racismo, mas não deixando de aprofundar assuntos como a perda, a solidão e o amor.
No Porto, consideram-no o verdadeiro homem dos blues, cantados em português, com pronúncia e gíria genuína. Confira isso mesmo nos próximos dias 30 e 31 de Julho no B Flat em Matosinhos, onde o primeiro café e whiskey são por conta da casa (é mesmo verdade).
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