Chapéus há muitos
Chamar-lhe simplesmente salvador dos bad hair days é fechar os olhos ao enorme potencial deste acessório. Aliás, o aspecto funcional do chapéu sempre foi uma pequena parcela do seu propósito
Várias são as personalidades e personagens que não imaginamos sem os seus chapéus. Falamos de Audrey Hepburn em “Breakfast at Tiffany’s” com o seu saucer hat; o top hat, quase um símbolo do presidente Abraham Lincoln; Indiana Jones e o seu fedora hat, utilizado também por Humphrey Bogart em “Casablanca” e, talvez o maior ícone de todos, o bowler hat de Charlie Chaplin.
Durante gerações, homens e mulheres não deixavam as suas casas sem levar chapéu, que até 1960 era o maior indicador do status social.
Contudo, menos dispendioso que casacos e jóias, o chapéu era utilizado, ao mesmo tempo, para transformar e diluir as percepções sobre as tradicionais fronteiras sociais. Exemplo disso foi o bowler hat, inicialmente utilizado pela classe alta, para o desporto, e que posteriormente foi adoptado pela classe trabalhadora, que o popularizou.
A partir de 1960 os chapéus perderam algum do brilho que os colocou na ribalta. Por um lado, com a grande entrada das mulheres no mundo do trabalho e, por outro, com a mudança de destaque para o hairstyling, que deixou os homens de cabelo comprido e as mulheres com extravagantes e coloridos penteados.
No entanto, os chapéus recuperaram a atenção dos media e do público nos últimos anos e uma das responsáveis por este efeito trendy foi Kate Middleton, que devolveu o entusiasmo pelo chapéu aos fashionistas através dos muitos modelos utilizados em eventos formais. Um dos momentos marcantes foi a escolha de um pillbox hat, outrora protagonizado por uma personalidade da “realeza” americana, Jacqueline Kennedy.
Já não há desculpa para não entrar na onda do chapéu. Ele está aí e veio para ficar. Com a confiança de quem sabe que é a cereja no topo do bolo e a certeza de que encontra rival apenas naquela que é a maior obsessão feminina na moda – os sapatos. Por isto, Elsa Schiaparreli, designer italiana, altamente influenciada pela cena surrealista, quis juntar o melhor dos dois mundos e criou o shoe hat, um chapéu em forma de sapato de salto alto. Um acessório de moda elevado ao estatuto de arte, ao qual é difícil ficar indiferente.
Over the top, e outra demonstração da relação entre o chapéu e a arte, foi a exposição de chapéus do designer Akio Hirata, organizada pela Nendo, em Srial Garden, Tóquio.
A instalação de 4000 chapéus brancos, produzidos em massa especialmente para a exposição, contrasta e realça os detalhes das criações da Akio Hirata.
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