EXD 2011 em Lisboa
Próxima paragem: São Paulo.
Hoje de manhã ficámos a conhecer o programa detalhado da Bienal Experimenta Design 2011, que volta a Lisboa a partir de dia 28 de Setembro, e soubemos que em breve o evento sairá pela primeira vez da Europa. Guta Moura Guedes prometeu uma edição em São Paulo.
Indo por partes, este ano temos 126 eventos – menos um que em 2009 – em 49 espaços diferentes. Números grandes de mais uma edição da bienal dedicada ao design, arquitectura e criatividade, que este ano se concentra na zona da Baixa/Chiado, num percurso idealizado para ser feito a pé entre os diferentes momentos.
“Useless” é o grande tema desta 6ª edição. Provocatório, inquietante e perfeitamente conectado com o momento que se vive. A ideia de “inútil” será examinada, discutida e colocada em causa constantemente.
O programa foi apresentado no antigo Tribunal da Boa Hora, naquele que será o Lounging Space da edição deste ano. Para este espaço está previsto um programa concentrado de conversas e debates subordinados ao tema da bienal. Aqui teremos a livraria, o bar, a esplanada, o centro de informação, enfim, o coração da EXD’11.
Na semana inaugural da Experimenta, de 28 de Setembro a 2 de Outubro, concentram-se a inaugurações das quatro exposições principais, as Conferências de Lisboa, e as sessões de Open Talks.
Nas Conferências e Open Talks reúnem-se profissionais e pensadores influentes nas suas áreas, provenientes de contextos geográficos altamente distintos, que se propõem a apresentar a sua reflexão sobre o tema da bienal e a forma como esta se reflecte “na prática da arquitectura, design e pensamento contemporâneo” de cada um.
Nomes como Marcel Wanders, designer alemão, ou Dom Manuel Clemente, Bispo do Porto, participam no mesmo ciclo, com perspectivas certamente diferenciadas. As conferências acontecem no Teatro Tivoli, durante as tardes da semana inaugural.
Em cada dia de Open Talks haverá um sub-tema diferente a discutir; Fluxos de Informação, Arquitectura Use-Less, Design Do-it Yourself e Ex-Muros são os quatro temas e o que cada um significa e pretende colocar em evidência, serão os speakers a desvendar em cada um dos dias. Acontecem na Boa Hora, com um elenco de luxo de onde se pode destacar Hans Ulrich Orbist, Zoë Ryan ou Pedro Gadanho.
Por que é que coleccionamos coisas? Que valor damos aos objectos que coleccionamos? Estas são as perguntas colocadas pela exposição “Sidelines: Coleccções Pessoais em 7 Instituições Singulares”, com curadoria de Emily King, inaugurada a 30 de Setembro em sete locais distintos (Museu Geológico, Museu de Farmácia, Biblioteca Camões, Museu de São Roque, Museu Arqueológico do Carmo, Museu do Teatro Romano e Museu das Artes Decorativas Portuguesas).
“Utilitas Interrupta: Um índice infraestrutural de ambições por cumprir”, na Fundação Arpad Szénes-Vieira da Silva, no Jardim das Amoreiras e Mãe d’Agua, é uma exposição que denuncia exemplos, um pouco por todo o mundo, em que o investimento em infraestruturas de suporte a espaços futuros não resultou, imortalizando “os mais catastróficos falhanços da nossa sociedade”. Itália, China ou Estados Unidos da América, são algumas das paragens desta viagem com curadoria de Joseph Grima.
A visão “americanizada” do design convive com a europeia em “Useless?”. Jonathan Olivares, por um lado, e a dupla Max Bruinsma e Hans Maier-Aichen, por outro, apresentam-nos, no MUDE, a sua perspectiva sobre o “uso” do design.
“A primeira grande exposição antológica sobre um designer português vivo”, nas palavras de Guta, acontece este ano. Uma visão exaustiva e profunda do trabalho de Fernando Brízio. “Don’t look back. Fernando Brízio: Desenho Habitado” inaugura a 29 de Setembro no Palácio Quintela.
Outros momentos-chave da EXD’11: Projectos Especiais, como o Action for Age que apresenta os trabalhos seleccionados num concurso entre todas as escolas de design do país; um simpósio de Economia Criativa; uma parceria com a ModaLisboa, outra com o Mude; a edição de um livro (“Useless – The EXD’11 Reader”); mais de 60 projectos tangenciais e um Serviço Educativo que proporciona a cada visitante, nacional ou estrangeiro, uma descoberta o mais completa possível desta bienal.
Durante mais de dois meses Portugal será a capital mundial da criatividade. Em 2011 acontece em Lisboa, em breve viaja até São Paulo, exportando a marca EXD para o outro lado do Atlântico.
Programa detalhado aqui.
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