Femininist_Electronic_Sessions

Presença de Ana da Silva e da ex-Add N To (X), Ann Shenton dia 29 de Setembro na ZDB.

Depois das férias de Verão, a ZDB regressa em força com uma programação recheada de motivos de interesse. Bem perto do fim do mês, dia 29 de Setembro, o espaço do Bairro Alto vai ser invadido por duas “mulheres” da música indie electrónica. A rua de baixo tem convites para oferecer.

Após a dissolução dos Add N To (X) ao quinto disco, Ann Shenton regressa agora à música com o seu novo projecto, Large Number, que no ano passado editou “Spray On Sound”. O disco mostra todo o amor de Shenton por peças de maquinaria electrónica old school, através da utilização de moogs, um Korn MS-20 e outros objectos de culto que muitos têm guardados nos sotãos poeirentos.

A música é, na maioria dos casos, menos violenta que a dos Add N To (X). A sua estrutura é bastante solta nas várias partes instrumentais que a constituem, lembrando alguma electrónica dos anos 90. Encontramos canções cabaret-electrónica, duetos de faux-country ou punk feito com Moogs em vez de guitarras.
Para o seu concerto da ZDB, Ann Shenton vem acompanhada por Mick Bund (ex-Primal Scream, Felt), depois de no ano passado ter vindo a Portugal para alguns DJ sets.

Ana da Silva é um exemplo de uma emigrante de sucesso. Senão vejamos. Natural dos Açores, Ana da Silva fez parte de um dos projectos mais importantes da música independente pós-punk, “girl made”, de Inglaterra, as Raincoats. Trabalhou com Charles Hayward (dos This Heat e dos estúdios Cold Storage) no projecto Roseland, em meados dos anos 80. Em pleno século XXI edita pela Chicks On Speed Records, “The Lighthouse”, álbum aclamado pela crítica e que vem justificar aquela velha máxima: “Fazer boa música é como andar de bicicleta…”

Gravado em casa, com o metodismo, dedicação e calma já notórias na identidade de Ana da Silva nas Raincoats, “The Lighthouse” foi todo feito com um sequenciador, instrumentos digitais e um microfone. Tratam-se de canções orgânicas, com o trato emocionalmente puro e invulgar. Um álbum solitário, feito com a maior simplicidade de ideias e execução, apenas possível àqueles e àquelas que sabem destilar o necessário e escolhem a humildade.

Esta vai ser uma rara oportunidade para ver Ana da Silva ao vivo, por isso não faltem à chamada e fiquem a perceber porque é que este é um caso de uma emigrante lusa de sucesso.

O início dos concertos está marcado para as 23 horas e a entrada custa 7,5€.



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