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Filho da Mãe | “Palácio”

Uma densidade indefinida...

Rui Carvalho lançou o seu primeiro álbum, “Palácio”. O guitarrista dos If Lucy Fell guardou a guitarra eléctrica e apostou na clássica. “Palácio” não é mais do que explorar maravilhosamente uma guitarra clássica (e um drone eléctrico), e isso parece chegar.

O CD de onze músicas levam-nos a onze, ou mais, lugares diferentes. O som da guitarra clássica, ora melancólica, ora raivosa faz-nos sentir um misto de sentimentos que não se definem, nem o que são nem onde toca, mas toca. São dores e alegrias na alma e na emoção, é uma densidade indefinida…

A guitarra clássica tão nossa parece que de alguma forma une. Reconhecêmo-la como nossa. Somos pequeninos mas chegamos ao resto do mundo…. Algo nos une a Rui Carvalho e faz-nos desejar que ele siga este caminho que começou. Sente-se um trabalho honesto e muito pessoal. Talvez isso se deva ao facto de Rui nunca ter tido formação musical, e ter desenvolvido assim um estilo muito próprio.

Há uma fluidez e transparência em todo o álbum que torna muito fácil a paixão por ele. Há uma maior preocupação em chegar emocionalmente a quem houve, muito mais do que demonstrar grande habilidade com a guitarra, e isso sente-se ao ouvir “Palácio”.

Uma experiência a solo que o destino assim quis e que está a ter bastante sucesso. A sua música é um estado de espírito e faz-nos viajar até ele, seja onde for…

O músico tem um amor pela sua guitarra e explora-a sem mais nada. Explora e brinca com ela, ora lentamente, ora muito rápido… Fá-la sorrir e chorar… Fá-la gritar e fá-la falar baixinho e ao ouvido… Fá-la voar sozinha…



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