Super Bock Super Rock 2019

Grandfather’s House | Entrevista

Estiveram no Super Bock Super Rock, fomos entrevistá-los, mas mais do que uma entrevista, foi uma conversa informal.

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Tiago Sampaio começou este projeto, baseado na sua identidade/conceito da banda e mencionou que “a banda era para ser um projeto a solo meu, passados 7 anos estamos nós os 4… fomos sempre crescendo por consequência das necessidades das músicas e daquilo que queríamos”.

Foi criada na casa da avó do Tiago e desde aí ganharam logo fãs, a Rita e irmã do Tiago entrou mais tarde entrou como vocalista e começaram como uma banda de adolescentes, mas rapidamente evoluíram. A Rita acrescentou que “faz parte da mística do início, rapidamente saímos de lá”.  O Tiago completou: “houve fãs e houve pessoas que odiaram por completo, ainda hoje não sei bem. Às vezes ultrapassávamos um bocadinho os limites”.
O primeiro disco foi um EP, a Rita disse “no início quisemos mesmo dar continuidade às músicas que o Tiago compôs”.

Evoluíram rapidamente para o segundo disco e aí entrou o João Costeira. Aí, explicou Rita “toda a estética da banda mudou um bocadinho, a dinâmica mudou bastante com bateria”.

A Rita e o Tiago debatiam muito as decisões e cada um com as suas ideias, mas chegavam sempre a um consenso, afinal são os melhores amigos. “Nós somos irmãos e sempre foi muito orgânico, discutíamos nos ensaios em casa”, acrescentou Rita.

Os irmãos Sampaio levavam também para casa as discussões sobre os assuntos estão sempre de acordo.
Desde a entrada do João eles sentiram a necessidade de não se vincularem só a um estilo de música. Rita disse-nos que “sentimos a necessidade de fazer o que sentíamos na altura, todo o nosso percurso tem sido isso, a necessidade de evoluir”, e aí deixaram as emoções fluir e daí trilharam o seu caminho. Mostraram assim a sua versatilidade, que ficou evidente ao longo da discografia, desde temas mais pesados aos mais eletrónicos sem perderem a qualidade.
A estrutura foi mudando, mas adaptaram-se rápido e encontraram bem a sonoridade da banda. Apoiam-se muito uns aos outros e chegam assim ao melhor resultado: “Puxamos todos uns pelos outros e isso dá-nos força para continuar e evoluir cada vez mais”.

Desta feita, podemos ver que a banda progrediu bastante ao longo dos últimos 7 anos. O Adolfo Canibal, a primeira vez assistiu a um concerto deles foi num concurso de bandas onde fez parte do júri. É uma figura de peso, ajudou-os abrir o leque de opções quando estavam a compor os discos. “Ele fez-nos pensar que sempre que vamos gravar um disco novo é sempre bom experimentar outras coisas e abrir o leque daquilo que pode ser o disco, aquilo que estamos a pensar molda-nos completamente aquilo que estamos a gravar”.

Cada vez mais sentem a preocupação de estudar e deliberar o caminho a seguir, apesar de também apostarem e arriscarem, foram sempre decisões calculadas. Nutrem um sentimento de amizade e carinho por todos aqueles que passaram pelo trajeto da banda. Tiago deixou uma mensagem a todos eles: “foram todos moldando aquilo que hoje são os Grandfather’s House.”
Dizem que as tours são sempre caricatas, como encontros com a polícia em que “pensamos sempre: nós não vamos sair desta, mas depois corre tudo bem”. Na altura não dava muito para rir, mas depois ficaram com memórias muito boas.
Há cerca de 1 ano e meio integrou a banda, Ana João Oliveira na bateria, numa altura em que iam começar uma tour. De início recusou, porque tinha outras coisas em simultâneo, mas, entretanto, o Tiago ligou-lhe e deu a última oportunidade para ela integrar a banda: “João, agora é pegar ou largar”. Ana João deu tudo naquela tour e assim foi, apostou tudo nos Grandfather’s House. Ana João Oliveira conta-nos “as tours são sempre caricatas em todos os aspectos”.
A Rita e o Tiago ambicionam a evolução da banda e prometem trazer-nos ainda este ano um lançamento promissor. Tiago falou sobre o assunto e disse que “nós estamos a compor o próximo disco, estamos sem perspectivas de quando vai ser lançado, estamos ainda a preparar um concerto especial no início do próximo ano, mas ainda não podemos revelar muito, vai ser em Braga com muitos convidados especiais”.
Agradecem o apoio e o carinho dos fãs, o sentimento e as emoções criadas em cima do palco, guardam e vão com elas para todo o lado e cresce a vontade de querer mais. A Ana João foi realista “em relação aos sonhos, vou ficar só a ver acontecer e deixar fluir”.
Ficou patente, na banda nortenha eu, sem dúvida que eles dão o melhor de si e fazem-se ouvir de alma e coração naquilo que fazem.

 

Entrevista por Helena Cardoso e fotografia por João Cautela.



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