Homem Branco, Homem Negro
Em cena a partir de 8 de Agosto no Teatro Aberto, em Lisboa.
A eterna questão do racismo, adaptada à realidade portuguesa, é o mote para a peça “Homem Branco, Homem Negro”, com encenação de João Lourenço e autoria de Jaime Rocha, em palco a partir do próximo dia 8 de Agosto no Teatro Aberto, em Lisboa. A obra reúne os actores António Cordeiro e Carlos Paca que, num tom irónico, tentam assim retratar muitas das situações que Portugal cria sempre que confrontado com diferentes raças.
De um lado, o homem branco e militante anti-racista (António Cordeiro) que acaba por revelar ao longo da peça o racismo que há dentro dele, sentimento que contradiz o que até então o caracterizava e capaz de o levar à loucura. Por outro, o homem negro (Carlos Paca), nascido e criado em Portugal, com uma vivência diferente daqueles que vivem noutros países. Pretende-se, assim, a reflexão sobre a incapacidade das pessoas em aceitarem a diferença ou de aceitação de um povo estrangeiro. Galardoada com o Grande Prémio do Teatro Português 2004, a peça aborda ainda a questão do medo, da loucura e da amizade.
João Lourenço é um dos fundadores do Novo Grupo de Teatro e director do Teatro Aberto. Em 1957 estreia-se como actor no Teatro Nacional D. Maria II e ingressa no T.N.P., companhia dirigida por Francisco Ribeiro, em 1959. Em 1966/67 funda com Irene Cruz, Morais e Castro e Rui Mendes o Grupo 4, uma sociedade de actores, completamente independente do estado, que actua quase sempre no cinema Tivoli. Asua estreia como encenador dá-se em 1973, dirigindo na Casa da Comédia “Oh Papá, pobre Papá a Mamã Meteu-te no Armário e Eu Estou Tão Triste” de Arthur Kopit. No ano seguinte constrói com o Grupo 4 o Teatro Aberto, em Lisboa e afasta-se progressivamente da profissão de actor para se dedicar mais à encenação.
“Homem Branco, Homem Negro” está em cena a partir do próximo dia 8 de Agosto no Teatro Aberto.
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